"Se os outros envelhecem
como dizer que não perdi a juventude?
Tardes como essas houve muitas
e um vivo fervor de bicicletas e borboletas
Quem sou eu para ousar essa juventude
através de um tempo que cansa o rosto do meu pai?
Quem sou eu para ousar a flor e usá-la nos cabelos?
Que mulher eu sou?
O tempo só cria devorando
e não posso ousar contra as dores do parto
Entre o tempo e o nada
onde espichar o leite dos meus versos?"
Iracema Macedo
(Foto de Luiz-Cartier Bresson)
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