por
certo não sou digno da poesia
é o que
se comenta
nos
pequenos círculos
não
comi a flor de lótus
tampouco sai às ruas chapado de
rivotril
também
disso estou certo
– eles
o dizem, por que duvidar –
não
evitei o amor
essa grande
balela
sequer
morri de tuberculose
(nos
corredores de uma sinistra biblioteca)
é o que
se comenta
quem
sou eu para duvidar
não me
matei (ou matei alguém)
pelas
palavras – ai, palavras, ai, palavras,
que
estranha potência a vossa, etc e tal –
muito
menos tive a Grande Visão
não
vendi armas ao rei da Abissínia
ou
cruzei o país
–
vagabundo em um vagão –
no
encalço do Sublime
.
.
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