Eu
me torno emocionalmente saudável quando consigo desconstruir todas as
tolices sobre amores salva-vidas e jogar a ideia surreal do príncipe
encantado no lixo. Eu me torno emocionalmente saudável quando acredito
que namorar deve ser leve mesmo quando intenso, e divertido mesmo quando
há um sério comprometimento. Eu me torno emocionalmente saudável quando
o que me ocupa é a minha vida e não a reação que tenho ao comportamento
alheio. Eu me torno emocionalmente saudável quando percebo que
determinada história não me abrange, me deixa inadequada, fere a minha
autoestima e sinto que isto é o suficiente para eu tentar ser feliz e me
abrir para outras possibilidades. Eu me torno emocionalmente saudável
quando escolho os meus parceiros pelo que me agregam de luz e
crescimento, não pelo desafio que me trazem quando se mostram
emocionalmente indisponíveis ou abertos para viverem outras relações que
não a nossa. Eu me torno emocionalmente saudável quando me permito
ficar sozinha até atrair um alguém que esteja disposto a trocar,
desbravar paisagens juntos, que esteja inteiro no lugar que escolheu. Eu
me torno emocionalmente saudável quando, estar ou não estar com alguém
sexo-afetivamente, não se torna a prioridade da minha vida, mas somente
um dos meus desejos. Eu me torno emocionalmente saudável quando aprendo a
dar nome aos meus sentimentos: e não confundo posse com excitação,
dependência com paixão, rejeição com confusão alheia...
Eu me torno emocionalmente saudável quando dou amor, não carência.
Livrai-me do que desbota a minha lucidez e da alienação de achar que a felicidade está no Outro e não em mim. Que seja assim.
Marla de Queiroz
Eu me torno emocionalmente saudável quando dou amor, não carência.
Livrai-me do que desbota a minha lucidez e da alienação de achar que a felicidade está no Outro e não em mim. Que seja assim.
Marla de Queiroz
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