setembro
Nunca mais será setembro,
nunca mais a tua voz dizendo
nunca mais, eu lembro,
nunca mais, eu não esqueço,
a pele, nunca mais,
o teu olhar quebrado,
dividido, vou esquecê-lo,
é o que digo, nunca mais
a minha mão no teu sorriso,
a tua voz cantando,
vou apagá-la para sempre,
e nossos dias, setembro, lembro
bem, dentro a tua voz dizendo não
( ouço ainda agora ), como se quebrasse
um copo, mil copos, contra o muro.
Rasgarei o que não houve, o que seria,
mesmo que tudo em mim me diga não
( e diz ), mas é preciso.
Como não se pensa mais um pensamento,
quero, prometo:
nunca mais será setembro.
( eucanaã ferraz )
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