domingo, 10 de abril de 2011
Garras
Fica tua imagem e tua lembrança,
a ruminar nas telhas,
feito gato em crise.
Fica o teu cheiro e o teu silêncio,
a me apontar no escuro,
com o dedo em riste.
Fica tudo o que ficou,
por esquecimento.
O que não levastes,
por estranhamento.
Fica a tua ausência e o teu desgosto,
tuas garras em meu braço,
nervo exposto.
Luís Pimentel, em O Calcanhar da Memória, Bertrand Brasil.
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