31 DE DEZEMBRO DE 2005
O último dia do ano deveria ser um dia como outro qualquer.
Sem temores, sem sobressaltos.
Mas entristeci de pensar.
A canallha assovia, a sirene passa
e eu me deito sobre os meus 48 anos.
Da varanda vejo o Tejo.
A noite abriu-se como por encanto.
Há bulício nas casas e nas ruas.
Holofotes e estrelas anunciam
e eu desentristeço de expectativa.
Os barcos são candeias na fragrância das águas.
A meia noite acende os formidáveis fogos.
As auras fosfóreas produzem súbita aurora.
É já manhã na face lisa do Tejo.
Marcio Catunda
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