segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ana Peluso

foram as catarses ditas infiéis
que fizeram o inferno do céu ao meio-dia
um tombadilho a queda uma alforria
de ventos soprando a vida um segundo
para a frente
quem teme o corpo livre no espaço?
tudo já foi dito ou há esperança?
o amanhã é laranja ou acidentado?
quem sabe mais do que quem sobre tudo?
em ângulos tímidos
vãos surgem através das portas
deixam ver a poeira do sempre
e nada do sublime que não se previa
a fé que no escuro o silêncio faça eco
a descrença na infidelidade
como única virtude
desse momento em diante
foram as catarses que escreveram um futuro

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