sábado, 29 de maio de 2010

Matinal - Paulo Henriques Britto



Nesta manhã de sábado e de sol
em que o real das coisas se revela
na forma nada transcendente
de uma paisagem na janela
num momento captado em pleno vôo
pela discreta plenitude
de não ser mais que um par de olhos
parado no meio do mundo
tantas coisas se fazem conceber
fora do tempo e do espaço
até que o instante se dissolva
enfim em mil e um pedaços
feito esses furos de pregos
numa parede vazia
a insinuar uma constelação
isenta de qualquer mitologia.

2 comentários:

Breve Leonardo disse...

[pluma do dia que converte e se converte na palavra, presente pressentimento iluminado]

um imenso abraço, Amiga Tete

Leonardo B.

deh. disse...

eu estou meio "fora do tempo e do espaço " esses dias.

lindo demais *-*
um beijo!