sábado, 26 de junho de 2010
PARA ELA QUE EU INVENTO ESCREVENDO
Amo
Por princípio
Tudo o que te diz respeito
Amo a fila do banco
Se você esteve
No caixa
Recentemente
Amo o nome
De uma rua
Por que você
Tem passado por ali
Diariamente
E gosto mais
De mim
Por você ter me tocado
E escrevo
Sem medo
Um poema romântico
E anacrônico
Porque a literatura
Só é boa
Quando você
Folheia um livro
Amo seu pai
Porque ele está em você
Amo o guarda
Que fez aquela multa
Porque era seu carro
E amo o cadastro
De sua última consulta
Ao médico
Um papel com sua assinatura
É digno
De todo amor que eu sinto
Amo o fato
De ver que cada uma dessas
Palavras que escrevo
Contradizem tudo o que eu penso
Te amo
Porque te invento
Everton Behenck
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3 comentários:
Ótima invenção, essa fissura do amor. E foto assim, pra mim é tudo: o antagônico do piso urbano e o infreável rebento da natureza. Bjs
Tudo inventado e tudo de vero.
Muito bom.
nossa.. que delícia de post *0*
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