terça-feira, 27 de julho de 2010

Miriam Fraga


INOCÊNCIA

Sai de casa anteontem mesmo,
Com minha camisa de manga comrida branca de cassa
Engomada meigamente por minha mãe.
É difícil acreditar.
Mas esses olhos que hoje enxergam
Um dia brilharam feito esmeraldas
Este dia me trouxe de volta
Com este terno
Sólido
Interno.
Por onde anda aquele menino
De olhar ingênuo
Que nascera na Rua da Matriz
Itaquara?
O menino do olhar
Envelheceu-se.
E,
Das esmeraldas
Resta-me hoje,
Calada,
Esta fotografia infante
Distante
Mais nada.

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco