terça-feira, 6 de julho de 2010
REGIS BONVICINO
Este Poema
Este poema
não chama a atenção
é igual a milhares –
sequer por um momento
ilustra, apático, o passado
caça moscas
paga juros
não tem saco aéreo
víboras, ratos,
ladrões desprezam seu túmulo
uivam lobos de pelúcia
não tem futuro
é abelha cega com sua parelha de óculos
sua língua não é uma esponja
suas antenas farejam Drummond
não enxerga no escuro
não cria inimigos
não morre depois do ataque
não tem farpas
tolera o mundo
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