segunda-feira, 20 de abril de 2009

se não tenho nada a dizer? rapaz, tenho tudo pra dizer. do céu bem perto, das caravelas ao mar, da cama que não existe mais, do livro que está sem título, das palavras ainda molhadas pela recém descoberta, dos cataventos dançando na cozinha da mini casa, do esmalte cor bob esponja, da massagem nos pés, daquele jeito de olhar que tinhas, que me arrependo, que preciso acreditar que te arrependes, que o céu anda muito azul, que os personagens andam muito metidos, que pela primeira vez joguei fora uma caixa de cartas, que sorrio mais do que rio, que sou outra, que sou igual, que nos encontrei em outras pessoas e me enterneci, desejei sorte, pedi benção, que parei de acreditar nos deuses, em milagres, na Santa Rita de Cássia e na Vó Odila, que ainda acho muito bonito conversar enquanto se toma banho, que tenho lido, dito pouco, que no próximo dia 05 a sacada vai voltar a ser branca, que hilda aprendeu a piscar o olho, que este vai ser o inverno mais frio dos últimos tempos e que o amor do tumitinhas era pouco. E se acabou.
Escrito por Cristiane Lisboa

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