domingo, 17 de maio de 2009

Carlos Drummond de Andrade


As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

3 comentários:

monografia básica disse...

Vai para Aninha:
"Eu já disse que gatos servem como Familiares, companheiros psíquicos. "Eles são mesmo uma companhia". (...)Um psicanalista diria que eu estou simplesmente projetando essas fantasias em meus gatos. Sim, de maneira bem simples e literal, os gatos servem como telas sensitivas para atitudes bastante precisas quando escalados em papéis apropriados. (...) Os gatos podem ser meu último elo vivo com uma espécie moribunda."-William Burroughs, in O Gato por Dentro (L&PM)

Anônimo disse...

é, tetê, agora sem o meu blog, fiquei na mão. como eu queria postar esse poema de drummond. assim falaria pro mundo e pro meu amor.

Anônimo disse...

Por que nao:)