domingo, 3 de maio de 2009

HELENA PARENTE CUNHA


O SILÊNCIO DO CAMINHO

Não
eu não sei o caminho do chá.

Traspassei a fronteira
mas não cheguei.

Que sabem meus pés
das pedras do jardim?

O que deixei ao deixar
minha bolsa e meus sapatos
antes de entrar?

Quais nomes supérfluos
pude apagar da boca?

O que abaixei ao baixar
a cabeça
ante o baixo da porta?

Meus joelhos no tatami
se convertiam
ao liso brilho da palha.

Mas o silêncio
ah o silêncio
abafava-me os olhos.

O silêncio do caminho.

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