É que eu preciso te dizer que. Me fazer entender. Você entende? Há dois meses me expresso por esboços, pequenos gestos incompletos, porque. É assim. Está assim. Nem sempre me repito, se é que você imagina que. Mas contigo... Frases interditadas que, sem graça, corto com beijos pelo teu corpo. Ou nem isso. Beijo seco, quase ríspido, de boca fechada, lábios rígidos contra lábios líquidos. Porque às vezes te detesto por me fazer querer dizer qualquer coisa que nem sei ao certo se sinto. Ou se vou continuar sentindo em dois minutos, dois anos. Às vezes te detesto por me fazer ter vontade de dizer que te amo pra sempre. E você nem cobra, não investiga. Digo, não ouço tua voz me perguntando nítida o que, como, quando e por quanto tempo. Mas leio a dúvida no passeio das tuas mãos pelo meu rosto, no estalar da tua boca contra meu peito, nos teus olhares para o teto, para a lua, para a gaivota. Então fazemos silêncio e fingimos que somos cúmplices nisso enquanto nossas espadas se chocam sobre a cama. Te detesto quando sei que me tirou de um ponto de equilíbrio. Quando procuro a imagem que você enquadra na rua. Quando tenho medo de te perder por pouco ou por muito. Quando sei que não sou capaz de ser tão bom quanto decerto você imaginou no instante em que te despertei o interesse. Quando não sei o que você imaginou. E imagina.
É que preciso te dizer que talvez eu nunca consiga. Te contar que a curva do teu ombro me emociona. Que o som da tua voz me tranquiliza. Que preciso que ouça os detalhes do meu dia. Que não preciso de ti, mas te desejo intermitente, como dado imprescindível e como luxo dispensável. Que às vezes te adoro por cinco ou seis horas contínuas. E às vezes te esqueço, como forma desconhecida.
É que não posso dizer e pagar por isso na próxima esquina. É que você pode entender o contrário. É que posso repensar o contrário. E voltar atrás. E você pode não estar mais no ponto de partida. É que tenho medo, muito medo de te amar. É que tenho medo, muito medo de não saber amar.
http://manoelasawitzki.blogspot.com/
É que preciso te dizer que talvez eu nunca consiga. Te contar que a curva do teu ombro me emociona. Que o som da tua voz me tranquiliza. Que preciso que ouça os detalhes do meu dia. Que não preciso de ti, mas te desejo intermitente, como dado imprescindível e como luxo dispensável. Que às vezes te adoro por cinco ou seis horas contínuas. E às vezes te esqueço, como forma desconhecida.
É que não posso dizer e pagar por isso na próxima esquina. É que você pode entender o contrário. É que posso repensar o contrário. E voltar atrás. E você pode não estar mais no ponto de partida. É que tenho medo, muito medo de te amar. É que tenho medo, muito medo de não saber amar.
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2 comentários:
o medo de amar ainda é o medo de ser livre? bjs
http://linguadope.blogspot.com/
"Lábios secos contra lábios líquidos". Gostei muito de todas as palavras.
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