quinta-feira, 11 de junho de 2009

Marcelo Montenegro


buquê de presságios
De tudo, talvez, permaneça
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapatos.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.

Um comentário:

chico m guedes disse...

Oi Tetê, MUITO obrigado pelo belo e sábio poema desse Marcelo, que eu não conhecia mas que agora vou procurar saber quem é e o que mais tem escrito.

Esqueci de mencionar ontem que tenho um blog dedicado à cultura e literatura húngaras: http://hungaromania.wordpress.com/
quando tiver tempo, dê uma conferida, vai me deixar bem feliz.